Eu tentei querer a casa com o jardim e os girassóis dançantes e toda a paz de um horizonte que se fundia no azul longínquo do mar em frente. E tentei bastar-me das rotinas que se impunham seguir na manutenção arrumada das coisas e das gentes. Viver na morna contemplação dos porquês do mundo, ser apenas espectadora num teatro que todos os dias mantinha o palco devidamente pronto para receber outras marionetas cooperantes e surdas-mudas. E tentei chamar a isso Amor num acto de Fé para cumprir com a fé dos outros sabendo-me desde sempre improvável santa. Mas o jardim nunca cortou além da pele dos dedos, o mar nunca foi revolto e o horizonte cedo se perdeu do ângulo de visão. Nada me feriu...nada me rasgou, nada me fez sentir que vida urge e o sangue só corre quando das veias salta sem o som do medo que o aglutina e contém. Aprendi então que da vida quero apenas poder senti-la em cada entrega, em cada estocada, em cada ferida que venha desse tudo que vem do nada. Susana Berardo
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Obrigada pela honra <3
Adoro João!!